sábado, 8 de outubro de 2016

Concepções pré-mendelianas sobre a hereditariedade

Nossos ancestrais observaram que parentes próximos tendiam a ser parecidos entre si e, ao domesticar animais e cultivar plantas, procuravam selecionar características vantajosas que eram transmitidas de uma geração para outra.
Assim, as primeiras noções sobre a hereditariedade vieram do senso comum e partiam da simples observação.
Ao longo dos anos, muitas teorias foram surgindo para explicar o fenômeno da hereditariedade.

A primeira hipótese de que se tem notícia foi a da Pangênese. Idealizada pelo grego Hipócrates, em 410 a.C., essa teoria afirmava que a transmissão das características de pais para filhos baseava-se na produção, por todas as partes do corpo, de partículas muito pequenas, denominadas gêmulas, que eram transmitidas para a descendência no momento da concepção.
A Pangênese permaneceu aceita como a única teoria de hereditariedade até o século XIX.

No entanto, no final do século XVII, surgiu a teoria da pré-formação ou Preformismoque defendia que os organismos já estariam completos e pré-formados no interior do gameta masculino (espermatozoide) ou feminino (óvulo). Esse organismo em miniatura era chamado de homúnculo. Então, o desenvolvimento seria apenas o crescimento do homúnculo até se tornar um ser totalmente formado.

Entre os defensores desta teoria estavam os ovistas, que afirmavam que o ser em miniatura estaria presente no óvulo, e os espermistas, que defendiam que o ser em miniatura estaria no espermatozoide. Essa disputa entre ovistas e espermistas começou a desaparecer quando Spallanzani demonstrou que tanto o óvulo quanto o espermatozoide eram necessários para dar origem a um novo ser.
Em meados do século XIX, com o desenvolvimento de microscópios mais aperfeiçoados, a teoria do Preformismo perdeu força e desapareceu. As observações utilizando esse esquipamento demonstraram que não existiam homúnculos dentro do espermatozoide ou óvulo.

A Teoria da Pangênese foi proposta por Charles Darwin, que afirmava que todos os órgãos do pai e da mãe secretavam miniaturas de si, as gêmulas ou pangênes. As miniaturas seriam carregadas pela corrente sanguínea até os gametas. Na fecundação, as gêmulas do pai e da mãe se juntariam a partir da união gamética (espermatozoide + ovócito) e originariam os órgãos do novo indivíduo.

Gregor Mendel, no ano de 1865, exibiu, em dois encontros da Sociedade de História Natural de Brno, as leis da hereditariedade, hoje chamadas Leis de Mendel, que definem a transmissão dos caracteres hereditários. Embora as conclusões de Mendel tenham se baseado em trabalhos com uma única espécie de planta, os princípios enunciados nas duas leis aplicam-se a todos os organismos de reprodução sexuada.

Fonte bibliográfica:
Cadernos dos Cursinhos Pré-Universitários da UNESP. Volume 3. Ciências da Natureza - Biologia, Física e Química. São Paulo: Editora Cultura Acadêmica, 2016.

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