Existem três tipos de influenza (A, B, C), subdivididos de acordo com as proteínas que ficam em sua superfície.
H1 ( a letra faz referência à hemaglutinina, proteína responsável pela adesão do vírus às células do hospedeiro). Existem, por sua vez, 15 variantes dela.
N1 (diz respeito à neuraminidase, enzima que permite ao vírus lançar seu material genético para dentro da célula). No caso, são 9 variedades.
Contágio
Um espirro é capaz de contaminar alguém a uma distância de 3 a 5 metros, o que, em média, equivale ao comprimento de um carro.
Uma única tosse libera cerca de 20 mil vírus no ar.
Se uma pessoa da sua casa estiver gripada, sua chance de pegar a doença irá girar em torno de 20%.
Transmissão
Utiliza a proteína para se grudar a uma célula.
Depois a enzima garante ao vírus invadir no interior da célula, jogando lá dentro seu material genético.
O influenza usa a estrutura da própria célula para se reproduzir.
Depois suas cópias saem para infectar outras células saudáveis.
O vírus tem certa predileção pela traqueia, no pescoço.
Depois de um tempo, podem cair na corrente sanguínea e se instalar nos músculos e articulações (mas em menor quantidade).
Reação do corpo
Logo que o sistema imunológico reconhece o vírus, envia anticorpos para bloquear a entrada dele nas células.
Como o corpo ainda não identifica as proteínas da parte externa do vírus, o organismo não tem anticorpos eficientes para barrá-lo.
Nesse meio-tempo, células de defesa liberam substâncias inflamatórias para avisar o organismo que algo está errado.
O corpo eleva a temperatura para tentar matar mais vírus (ocasionando a febre).
Entre os anticorpos, estão os chamados natural killers que tem como função assassinar células que estão dominadas pelo influenza.
Um míssil contra o vírus (anticorpo monoclonal)
Em laboratório, cientistas estimulam células humanas a produzirem uma substância que, dentro do organismo, funcionará como um anticorpo específico contra o vírus da gripe.
Ela é injetada no corpo e, feito um míssil atrás do alvo, bloqueia uma das proteínas que asseguram a entrada do influenza na célula.
O anticorpo monoclonal surtiria efeito por cerca de um mês.
Sintomas
Tosse (serve para faxinar o vírus).
Congestão nasal (quando as vias superiores são atingidas, o organismo produz muco para barrar mais ataques).
Febre (a temperatura do corpo se eleva para favorecer a atuação dos anticorpos e dasarticular a infecção).
Fadiga e dores no corpo ( a presença do vírus e substâncias inflamatórias na circulação acarreta um mal-estar que vai dos pés à cabeça).
Como é feita a vacina
Amostras do vírus são injetadas em ovos de galinha que contêm um embrião vivo em pleno desenvolvimento. Os ovos são incubados para se multiplicar. O imunizante comum combina três tipos de micro-organismo, cultivados separadamente, um de cada vez.
O líquido que envolve o embrião serve de matéria-prima para a vacina. Depois de extraí-lo, fragmenta-se e inativa-se o vírus que está ali. Só então o imunizante fica pronto para ser distribuído.
Cada ovo rende material para aproximadamente uma única dose.
Prevenção
O vírus sobrevive por 1 hora em superfície plana (como barra de um vagão de metrô ou corrimão de escada).
Usar máscara (válido por 2 horas).
Evitar aglomerações e ambientes fechados.
Só tomar analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos sob prescrição do médico.
Os antivirais só funcionam até 48 horas após a infecção. Porém, os sintomas às vezes demoram mais do que isso para aparecerem. Daí, nem adianta apostar na droga.
Considerações finais
O vírus da gripe comum ou sazonal (típico das estações mais frias) troca de roupa várias vezes, por isso a vacina precisa ser renovada anualmente.
A vacina é recomendada a crianças, idosos, indivíduos de risco (como portadores de câncer ou HIV).
Esta vacina não serve para a gripe A (H1N1).
O vírus usa células de diversos hospedeiros para se multiplicar e se arranjar com seus familiares, originando estirpes mais terríveis.
A automedicação torna o vírus mais resistente.
Fonte: Revista Saúde. 06/2009.
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