Meleca de nariz
A meleca
de nariz e o catarro não passam de uma mistura de proteínas e água com restos
celulares.
A meleca
e o catarro são produzidos por glândulas da mucosa do nariz. Mas a
"caca" fica dura porque é ressecada pelo ar que entra quando
respiramos. Cada meleca dentro do nosso nariz serve como uma espécie de tela de
proteção. Nelas ficam grudadas partículas de poluição e poeira que podem causar
alergias, principalmente se você vive em uma cidade grande e poluída.
Catarro
Tem a
mesma função da meleca, mas, em vez de sair pelo nariz, ele é impulsionado por
pequenos pelos das vias aéreas (os chamados cílios) em direção à boca, para ser
cuspido ou engolido. Quando há uma inflamação causada por vírus ou bactéria, a
produção de catarro aumenta para eliminar os invasores que entraram ou tentam
entrar no organismo. Por causa do ambiente úmido e quente, adorado pelas
bactérias, esse catarro "contaminado" pode infeccionar e mudar de
coloração, ganhando aquele nojento tom esverdeado.
Cera da orelha
A cera da orelha, além de proteínas e água, possui ainda algumas enzimas, que matam
microorganismos invasores.
Se você é
viciado em cotonetes, precisa se controlar. "Cera não é sujeira. Quem já
tem pouca e ainda fica tirando, possui mais chance de ter infecções", diz
o otorrinolaringologista Ricardo Bento, da USP. O ideal é limpar só o que fica
aparente na orelha, pois a cera, produzida por glândulas no canal da orelha interna,
tem enzimas poderosas para atacar microorganismos invasores.
Remela
Apesar de
todo mundo ter remelas, elas não são tão inofensivas assim.
Ela aparece
por causa da irritação da conjuntiva, membrana que cobre a parte interna das
pálpebras. A conjuntiva produz mais muco que o normal e ele se acumula no canto
interno dos olhos provocando infecções como a conjuntivite. Se a remela é
branca, a causa da irritação é simples: pode ser a poluição, o ar condicionado
ou a água da piscina, por exemplo. Mas um tom bem amarelado pode indicar a
presença de bactérias, que se multiplicam quando os olhos estão fechados, beneficiadas
por uma espécie de "efeito estufa".
Xixi
O xixi,
que parece uma coisa simples, na verdade é mais complexo. O de uma pessoa
saudável tem água, eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio),
produtos metabolizados de hormônios e enzimas (como ureia e ácido úrico), além
do excesso de tudo que foi consumido. É produzido nos rins, onde existem
centenas de milhares de unidades filtradoras, os néfrons. Algumas substâncias
são filtradas e voltam para a circulação, mas o "lixo orgânico" sai
pela urina. Então, se você já ouviu um papo estranho de que beber xixi faz bem
para a saúde, desconfie. "A urinoterapia não passa de um charlatanismo dos
mais grosseiros", afirma o nefrologista (especialista em rins) Agostinho
Tavares, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A urina é que
dá fim aos excessos do organismo, mantendo volume, pressão e o pH neutro do
sangue. É por isso que, quando você ingere muito líquido, a urina sai mais
diluída, mais transparente. Já o primeiro xixi da manhã normalmente vem
concentrado, bem amarelo e com cheiro forte, porque, além de você não beber
nada durante a noite, ainda perde líquidos pela respiração e pela pele.
Cocô
O cocô,
por sua vez, não faz mal a ninguém - exceto, é claro, para os nossos narizes!
Obra das bactérias do intestino grosso, ele se forma no final do processo
digestivo, quando os nutrientes da comida já foram absorvidos pelo organismo.
Depois de ficar armazenadas no reto, esperando o sinal para sair, as fezes
eliminam água, bactérias mortas, proteínas e restos de alimentos não
absorvidos.
O que
comemos demora até oito horas para ser digerido e o que não foi aproveitado
leva mais um tempão para ser eliminado em forma de fezes - de 12 a 24 horas. O
cheiro do cocô fica por conta de cada um, pois depende da flora bacteriana do
cólon. Apesar de desagradável, esse odor já tem utilidade: foi criado na
Inglaterra um aparelho que identifica o tipo de infecção de alguém com diarreia
a partir do cheiro do cocô.
Fonte:
MOIÓLI, Julia. Revista Mundo Estranho, Edição 27.
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