sexta-feira, 10 de julho de 2015

Compostos estranhos que nosso corpo produz

Essa nojeira saudável que nosso organismo produz, protege o organismo contra invasores e elimina impurezas.

Meleca de nariz
A meleca de nariz e o catarro não passam de uma mistura de proteínas e água com restos celulares.

A meleca e o catarro são produzidos por glândulas da mucosa do nariz. Mas a "caca" fica dura porque é ressecada pelo ar que entra quando respiramos. Cada meleca dentro do nosso nariz serve como uma espécie de tela de proteção. Nelas ficam grudadas partículas de poluição e poeira que podem causar alergias, principalmente se você vive em uma cidade grande e poluída.

Catarro
Tem a mesma função da meleca, mas, em vez de sair pelo nariz, ele é impulsionado por pequenos pelos das vias aéreas (os chamados cílios) em direção à boca, para ser cuspido ou engolido. Quando há uma inflamação causada por vírus ou bactéria, a produção de catarro aumenta para eliminar os invasores que entraram ou tentam entrar no organismo. Por causa do ambiente úmido e quente, adorado pelas bactérias, esse catarro "contaminado" pode infeccionar e mudar de coloração, ganhando aquele nojento tom esverdeado.

Cera da orelha
A cera da orelha, além de proteínas e água, possui ainda algumas enzimas, que matam microorganismos invasores.
Se você é viciado em cotonetes, precisa se controlar. "Cera não é sujeira. Quem já tem pouca e ainda fica tirando, possui mais chance de ter infecções", diz o otorrinolaringologista Ricardo Bento, da USP. O ideal é limpar só o que fica aparente na orelha, pois a cera, produzida por glândulas no canal da orelha interna, tem enzimas poderosas para atacar microorganismos invasores.

Remela
Apesar de todo mundo ter remelas, elas não são tão inofensivas assim.
Ela aparece por causa da irritação da conjuntiva, membrana que cobre a parte interna das pálpebras. A conjuntiva produz mais muco que o normal e ele se acumula no canto interno dos olhos provocando infecções como a conjuntivite. Se a remela é branca, a causa da irritação é simples: pode ser a poluição, o ar condicionado ou a água da piscina, por exemplo. Mas um tom bem amarelado pode indicar a presença de bactérias, que se multiplicam quando os olhos estão fechados, beneficiadas por uma espécie de "efeito estufa".

Xixi
O xixi, que parece uma coisa simples, na verdade é mais complexo. O de uma pessoa saudável tem água, eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio), produtos metabolizados de hormônios e enzimas (como ureia e ácido úrico), além do excesso de tudo que foi consumido. É produzido nos rins, onde existem centenas de milhares de unidades filtradoras, os néfrons. Algumas substâncias são filtradas e voltam para a circulação, mas o "lixo orgânico" sai pela urina. Então, se você já ouviu um papo estranho de que beber xixi faz bem para a saúde, desconfie. "A urinoterapia não passa de um charlatanismo dos mais grosseiros", afirma o nefrologista (especialista em rins) Agostinho Tavares, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A urina é que dá fim aos excessos do organismo, mantendo volume, pressão e o pH neutro do sangue. É por isso que, quando você ingere muito líquido, a urina sai mais diluída, mais transparente. Já o primeiro xixi da manhã normalmente vem concentrado, bem amarelo e com cheiro forte, porque, além de você não beber nada durante a noite, ainda perde líquidos pela respiração e pela pele.

Cocô
O cocô, por sua vez, não faz mal a ninguém - exceto, é claro, para os nossos narizes! Obra das bactérias do intestino grosso, ele se forma no final do processo digestivo, quando os nutrientes da comida já foram absorvidos pelo organismo. Depois de ficar armazenadas no reto, esperando o sinal para sair, as fezes eliminam água, bactérias mortas, proteínas e restos de alimentos não absorvidos.

O que comemos demora até oito horas para ser digerido e o que não foi aproveitado leva mais um tempão para ser eliminado em forma de fezes - de 12 a 24 horas. O cheiro do cocô fica por conta de cada um, pois depende da flora bacteriana do cólon. Apesar de desagradável, esse odor já tem utilidade: foi criado na Inglaterra um aparelho que identifica o tipo de infecção de alguém com diarreia a partir do cheiro do cocô.

Fonte: MOIÓLI, Julia. Revista Mundo Estranho, Edição 27.

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