Depende de onde ele está. A decomposição pode ser afetada por fatores como a umidade, a temperatura e a presença de animais. No corpo, o processo costuma ser o mesmo: primeiro, ocorre a autólise, quando as células param de se oxigenar e o sangue é invadido por dióxido de carbono. O pH diminui e dejetos acumulados envenenam e destroem as células. Depois, enzimas "quebram" essas células, provocando a necrose - fazendo o corpo apodrecer de dentro para fora.
Como diferentes cenários influenciam a deterioração.
Como diferentes cenários influenciam a deterioração.
À mercê da natureza
Ambiente: Ar
livre
Tempo: De duas a
seis semanas
Criminosos que tentam se livrar de um cadáver deveriam
seguir a lei do mínimo esforço. Deixá-lo exposto em ambiente úmido e quente (a
partir de 20ºC), com livre acesso de insetos carniceiros e animais carnívoros,
é a melhor maneira de acelerar o processo. Traumas externos no corpo também
ajudam. Os ossos só desaparecem completamente após dois anos, no máximo.
A sete palmos
Ambiente: Sob a
terra
Tempo: De nove
meses a cinco anos
Quanto mais fundo o cadáver for enterrado, mais lenta será
a deterioração. Entre 60 cm e 1 m de profundidade, ela leva entre nove e 12
meses. Os ossos, porém, só “somem” depois de uns quatro anos. E a proteção de
um caixão (ou de outros invólucros, como tecido e plástico) pode multiplicar
esse tempo por seis!
Nadando com peixes
Ambiente: Fundo
do mar
Tempo: Até dez
anos
As vítimas do serial killer da série Dexter, geralmente
desovadas no mar, podem ter dois fins. A maior preocupação são os tubarões, que
podem devorar um cadáver em instantes. Mas, se o corpo chegar ao solo rochoso
em grandes profundidades, pode ser preservado pelo frio e pela pressão extremos
por até uma década.
Corpo em conserva
Ambiente: Pântano
Tempo: Indefinido
A falta de oxigênio, a flora típica e a presença de
minerais que inibem a proliferação de bactérias fazem do terreno pantanoso uma
espécie de “formol” natural. Ali, o corpo cria a adipocera, uma substância
orgânica que converte tecidos gordurosos em uma cera que protege os órgãos
internos e retarda a decomposição.
Carne seca
Ambiente: Deserto
Tempo: Indefinido
O clima seco ajuda a “mumificar” o cadáver, transformando
pele e tendões em um tecido parecido com um pergaminho, que protege os ossos
enquanto os órgãos entram em putrefação. A baixíssima umidade diminui a ação de
moscas e também baixa a velocidade do processo, que pode chegar na casa dos
milhares de anos.
Picolé de gente
Ambiente: Regiões
geladas
Tempo: Indefinido
É o cenário recordista em preservação. O frio desativa a
autólise e quase anula a atividade das bactérias. Corpos congelados diminuem de
tamanho e se tornam alaranjados, com partes acinzentadas. Em 1991, foi achado
um cadáver preservado de mais de 5,3 mil anos em uma geleira entre a Áustria e
a Itália!
Tratamento Anti-idade
Se o objetivo é lutar contra a ação do tempo, o melhor
recurso é embalsamar o cadáver.
Um composto químico à base de formaldeído é
injetado nos vasos sanguíneos e os gases e fluidos orgânicos são removidos.
Na
fase final, a pele (especialmente a do rosto, das mãos e do pescoço) é limpada
e maquiada.
Um bom embalsamamento é capaz de conservar certas partes do corpo por séculos a fio.
Um bom embalsamamento é capaz de conservar certas partes do corpo por séculos a fio.
Comida de verme
Usando o olfato, moscas carniceiras são capazes de detectar
um cadáver poucos instantes após o óbito.
E, em menos de uma hora, já deposita
ali suas larvas – o que popularmente chamamos de vermes. Eles irão devorar o
“banquete” para poder se desenvolver. São tão vorazes que só perdem para a temperatura
entre os fatores externos que mais apressam a decomposição.
Fonte:
Caderno do Professor: Biologia, Ensino Médio, 1ª Série, Volume 1. São Paulo:
SEE, 2014.
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